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Manifesto Ágil: entenda o que é e a importância para sua gestão

O que é o Manifesto Ágil?

O Manifesto Ágil foi o documento que deu origem a conceitos como a metodologia ágil, que desde então vem sendo aplicada cada vez mais nos mais diferentes tipos de empresas, e especialmente em startups.

Afinal, essas metodologias trazem um conjunto de práticas que permitem disrupções que não aconteciam antes nos modelos tradicionais de negócio. Não à toa, empresas como Microsoft, Google, HP e outras gigantes do mundo corporativo usam e abusam dos métodos ágeis, criados a partir do Manifesto Ágil.

 

Entenda o que é o Manifesto Ágil

O Manifesto Ágil é uma declaração de princípios essenciais que fundamentam o desenvolvimento ágil de software.

Em fevereiro de 2001, no estado norte americano de Utah, um grupo de 17 profissionais que já eram praticantes de métodos ágeis como XP, DSDM, SCRUM, FDD etc., inconformados com a maneira em que o software estava sendo desenvolvido nas organizações, decidiram se reunir para trocar ideias e experiências a partir de suas vivências no campo do desenvolvimento, e descobrir soluções alternativas.

Durante a reunião, foram observados os pontos em comum de projetos que tiveram sucesso em suas metodologias. E em comum acordo resolveram elevar aquela reunião a um patamar maior.

E dessa forma decidiram escrever um documento que serviria como “Grito de Guerra” aos novos processos de desenvolvimento de software

A reunião em sua primeira parte se resumia em encontrar um nome que expressasse bem o significado daquele movimento, o termo “métodos leves” deixou de ser uma opção válida pois não explicava o significado desejado.

Após considerarem vários nomes, foi decidido que a palavra “Ágil” foi a que melhor captou a abordagem proposta.

A segunda parte da reunião foi dedicada à escrita do documento que deu início ao Agile Manifesto, nele estaria contido a declaração das crenças e valores que aquelas 17 pessoas possuíam.

Na última parte e nos meses seguintes, foram trabalhados os princípios. O documento consegue expressar claramente o que é, e o que não é ágil.

>> Veja também: Squads de Desenvolvimento Ágil, o que são?

 

Os autores do Manifesto Ágil

Esse grupo de desenvolvedores formaram a “Aliança Ágil” (Agile Alliance) que resultou na criação do Manifesto para desenvolvimento Ágil de Software. (Manifesto for Agile Software Development).

Abaixo temos os 17 autores do Manifesto Ágil, todos assinaram e se comprometeram em seguir e disseminar aquele novo manifesto.

Autores do método ágil
Autores do método ágil | Fonte: metodoagil.com

 

Observando os membros dessa lista podemos identificar nomes que realmente foram importantes para que os Métodos Ágeis se tornassem o que se tornaram.

  • Alistair Cockburn: fundador da Humans and Technology e criador da Metodologia Ágil Crystal – focada nas habilidades pessoais;
  • Andrew Hunt: coautor do livro The Pragmatic Programmer: From Journeyman to Master e consultor em desenvolvimento ágil de software;
  • Arie van Bennekum: ativamente envolvido na Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas Dinâmicos (DSDM) – método que foca na integração entre equipes e desenvolvedores;
  • Brian Marick: cientista, consultor e programador de desenvolvimento de softwares;
  • Dave Thomas: programador e coautor do livro The Pragmatic Programmer;
  • James Grenning: autor da técnica Test Driven Development técnica baseada em testes para cada funcionalidade que é desenvolvida;
  • Jeff Sutherland: criador da metodologia Scrum – modelo de gestão e liderança que aumenta a proatividade e a entrega de projetos entre equipes;
  • Jim Highsmith: criador da metodologia Adaptive Software Development (ASD) – metodologia flexível que permite mudanças e adaptações à sua realidade;
  • Jon Kern: consultor e palestrante em assuntos de agilidade;
  • Ken Schwaber: cocriador da metodologia Scrum e coautor do livro Scrum, Agile Software Development;
  • Kent Beck: cocriador da Extreme Programming (XP) – metodologia focada no desenvolvimento de softwares;
  • Martin Fowler: desenvolvedor e cientista chefe da Thoughtworks – empresa de consultoria e desenvolvimento de aplicativos;
  • Mike Beedle: fundador e CEO da e-Architects Inc, empresa que presta consultoria e treinamento para empresas de arquitetura que desejam aplicar metodologias ágeis na rotina de trabalho;
  • Robert C. Martin: profissional de software e consultor internacional. É conhecido como “Uncle Bob”;
  • Ron Jeffries: cocriador da Extreme Programming (XP) e palestrante de conferências de softwares;
  • Steve Mellor: cientista da computação e idealizador da Análise de Sistema Orientado a Objetos (OOSA).
  • Ward Cunningham: reconhecido por ser o criador do conceito WikiWikiWeb e pelas contribuições à metodologia Extreme Programming (XP).

>> Veja também: Conheça 10 homens importantes na tecnologia

 

Quais são os 4 valores do Manifesto Ágil?

O Manifesto Ágil reconhece que processos, ferramentas, documentação, contratos e planos, desde que alinhados com seus valores ágeis, podem ser importantes para qualquer projeto.

 

Manifesto Ágil – Valores
                              Manifesto Ágil – Valores

1 –  Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas

O processo de desenvolvimento de software exige conhecimentos das ferramentas e da execução dos processos, é um processo que envolve atividade humana em que a qualidade da interação entre as pessoas pode solucionar problemas crônicos de comunicação. Processos e ferramentas são importantes, mas devem ser simples e úteis.

 

2 – Software funcionando é melhor que documentação abrangente

Para o Manifesto Ágil, a maior prova que sua equipe realmente construiu algo é o software funcionando. Clientes querem resultado, o que pode ser software funcionando. Documentação também é importante, mas que seja somente o necessário e que agregue valor.

 

3 – Colaboração com o cliente acima de negociação de contratos

Ao mesmo tempo que o foco do desenvolvedor deve ser na satisfação do cliente, devemos atuar em conjunto com o cliente e não “contra” ele ou ele “contra” a gente. O que deve acontecer é colaboração, tomada de decisões em conjunto e trabalho em equipe, fazendo com que todos sejam um só em busca de um mesmo objetivo.

 

4 – Responder a mudanças ao invés de seguir um plano

Desenvolver software e produtos é uma atividade de alta incerteza e por isso não podemos nos debruçar em planos enormes e cheios de premissas. Ter um plano de ação é importante, mas não deve ser a única forma de trabalho encontrada pela equipe. O que deve ser feito é aprender com as informações e feedbacks e adaptar o plano a todo momento.

>> Veja também: Gestão de Projetos: veja a importância e como aplicar na sua empresa

 

Conheça os 12 princípios ágeis

Além dos quatro valores instituídos, firmou-se ainda um conjunto de abordagens de desenvolvimento de softwares que pode ser apresentado por meio de 12 princípios. 

Manifesto Ágil – Princípios

 

1 – Satisfação do cliente: A maior prioridade está em satisfazer o cliente por meio da entrega adiantada e contínua de software de valor.

2 – Mudança em favor da vantagem competitiva: Mudanças de requisitos são bem-vindas, mesmo em fases tardias do desenvolvimento.

3 – Prazos curtos: Entregar software em funcionamento com frequência, desde a cada duas semanas até a cada dois meses, com uma preferência por prazos mais curtos.

4 – Trabalho em conjunto: Tanto pessoas relacionadas a negócios como desenvolvedores devem trabalhar em conjunto, diariamente, durante todo o curso do projeto.

5 – Ambientação e suporte: Para construir projetos ao redor de indivíduos motivados, é preciso dar a eles o ambiente e o suporte necessários, confiando que farão seu trabalho.

6 – Falar na cara: O método mais eficiente de transmitir informações tanto externas como internas para um time de desenvolvimento é por meio de uma conversa cara a cara.

7 – Funcionalidade: Um software funcional é a medida primária de progresso.

8 – Ambiente de sustentabilidade: Processos ágeis promovem um ambiente sustentável, com patrocinadores, desenvolvedores e usuários sendo capazes de manter passos constantes.

9 – Padrões altos de tecnologia e design: A contínua atenção à excelência técnica e ao bom design aumenta a agilidade.

10 – Simplicidade: Fazer algo simples é dominar a arte de maximizar a quantidade de trabalho que não precisou ser feito.

11 – Autonomia: As melhores arquiteturas, os requisitos e os designs emergem de times auto-organizáveis.

12 – Reflexões para otimizações: Em intervalos regulares, o time reflete em como ficar mais efetivo, então, ajustam-se e otimizam seu comportamento de acordo.

Os pilares do Manifesto Ágil

Os pilares do Manifesto Ágil são seus 4 valores e 12 princípios, que atuam como foco central do Agile representando a base da cultura Ágil.

Pilares do manifesto ágil

A continuidade do Manifesto Ágil

Por fim, o manifesto representou um grito de liberdade de práticas que atravancam o processo.

No momento, era sabido que, embora dificilmente a essência (valores e princípios) mudasse, era necessário ter uma organização que prezasse por seu contínuo aperfeiçoamento e que o representasse.

Assim, com esse propósito, no final do mesmo ano (2001), surgiu a Agile Alliance. A organização sem fins lucrativos se tornou responsável por compartilhar esse conhecimento e promover debates sobre os diversos métodos ágeis existentes no mundo.

A discussão, bem como a própria organização, é fundamental, pois o Manifesto Ágil é como um guarda-chuva, que abarca vários métodos que se assentam sobre seus princípios e valores.

Assim, essa contínua discussão ajuda a criar um norte para que os desenvolvedores de softwares saibam escolher os melhores métodos ou ferramentas.

Quer saber mais sobre a aplicação de Manifesto Ágil? Continue em nosso blog e Conheça os 6 principais Modelos de Metodologias Ágeis.

 

Desde 1995 atuando na área de TI, quando iniciei como Desenvolvedora, meu primeiro contato com o metodologias Ágeis foi em 2017, mais em específico com Scrum, o que me deixou fascinada, e a partir daí venho me desafiado e dedicando a aprimorar conhecimentos sobre projetos e atualmente venho atuando na área de produtos como Product Owner e Product Manager.