Uma equipe disfuncional enfrenta desafios significativos na comunicação e na conquista de metas, devido a conflitos internos, falta de confiança ou má gestão. Em um cenário ideal, a convivência de uma equipe no ambiente de trabalho seria uma harmonia perfeita. As realizações em grupo ou individuais seriam festejadas e compartilhadas por todos. Porém, a realidade pode ser bem diferente.
A verdade é que os conflitos estão presentes em todas as áreas de nossa vida, seja com familiares, amigos ou colegas de trabalho. O desafio surge quando esses conflitos transbordam para o ambiente profissional e impactam negativamente nos resultados da equipe.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria Robert Half, os ambientes de trabalho que priorizam o bem-estar e qualidade de vida dos funcionários são 86% mais produtivos e 70% mais rentáveis.
As equipes disfuncionais podem ocorrer em qualquer empresa, e é fundamental que o gestor esteja preparado para lidar com essas situações. Conflitos que não são adequadamente gerenciados podem não apenas prejudicar o ambiente de trabalho, mas também afetar negativamente o relacionamento com os clientes. Portanto, cabe ao gestor orientar a equipe no melhor caminho, garantindo que esses conflitos não ultrapassem o limite e comprometam a qualidade do serviço prestado. Mas afinal, o que define uma equipe como disfuncional? Vamos explorar esse conceito e suas implicações a seguir.
Neste artigo você vai ver:
O que é uma equipe disfuncional?
Uma equipe disfuncional é aquela que possui problemas como falta de confiança, fofocas, desalinhamentos e falta de recursos que podem levar a diversas consequências como desgastes nos relacionamentos, bem como o não atingimento das metas. Por exemplo, uma equipe de TI que está sobrecarregada devido à falta de colaboradores, não entrega suas demandas no tempo pedido, afetando a experiência do cliente e gerando discussões desnecessárias que não resolverão o problema.
As equipes de alta performance trabalham de forma diferente. Possuem como base a confiança, seja ela uns pelos outros ou com a empresa, permitindo conflitos saudáveis que não saem do controle e nem demandam tempo do gestor para resolução.
O nível de entusiasmo e o sentimento de responsabilidade que são cultivados dentro dessas equipes faz com que os colaboradores se concentrem mais nos objetivos a serem alcançados e reconhecerem quando errarem, vendo como uma oportunidade de crescimento pensando no bem maior e não apenas nas demandas individuais.
As 5 principais disfunções apresentadas por uma equipe
Gerenciar uma equipe nem sempre é uma tarefa fácil, segundo o escritor Patrick Lencioni de ‘’Os 5 Desafios das Equipes’’, existem 5 armadilhas naturais que impedem as pessoas de trabalharem em uma equipe saudável, tendo como base falta de confiança que corrobora para as outras quatro disfunções surgirem.
- Falta de confiança;
- Medo de conflitos;
- Falta de comprometimento;
- Evitar responsabilizar os outros;
- Falta de atenção aos resultados.
Falta de confiança:
Quando os membros de uma equipe não acham seguro se abrir com as pessoas, agindo com medo de expor suas ideias, medo de pedir ajuda e medo de admitir erros. Gerando uma atmosfera negativa onde ninguém compartilha seus anseios, impossibilitando a comunicação franca e resoluções de problemas.
Exemplos de comportamentos que sugerem falta de confiança entre os membros de uma equipe disfuncional:
- Microgerenciamento
- Falta de comunicação aberta e honesta
- Críticas em público
- Fofocas sobre colegas
- Excluir colegas e montar “panelinhas
Medo de conflitos:
Por mais contraditório que possa parecer, o medo de conflitos também contribui para uma equipe disfuncional, fazendo com que os colaboradores não exponham suas opiniões escondendo seus sentimentos, impossibilitando diálogos e debates construtivos.
Exemplos de comportamentos que sugerem medo de conflitos entre os membros de uma equipe:
- Conformidade passiva, ou seja, não expor suas opiniões em reuniões ou discussões
- Ignorar problemas subjacentes na esperança de que eles desapareçam por conta própria
- Abrir mão de compartilhar ideias inovadoras para evitar críticas
- Evitar confrontos, mesmo que auxilia na resolução de algum problema
- Não buscar promoções por medo de competir com colegas
- Adiamento de decisões difíceis:
Falta de comprometimento:
Em uma equipe disfuncional, na qual não há confiança entre os membros do time, naturalmente, não irão discutir possíveis soluções e a consequência será a falta de comprometimento com a possível resolução do problema. O medo de conflito faz com que as pessoas não discutam assuntos importantes e não se comprometam com as decisões tomadas por outras pessoas, assim abrindo brechas para perguntas como: ‘’Por que me comprometer com algo que não fui eu que decidi? ‘’ surgem na cabeça desses colaboradores que acabam fazendo somente o mínimo pedido.
A falta de comprometimento em uma equipe disfuncional pode se manifestar de várias maneiras. Aqui estão alguns exemplos de comportamentos que demonstram essa falta de comprometimento:
- Não cumprimento de prazos;
- Falta de envolvimento nas atividades da equipe;
- Ausência de iniciativa;
- Resistência a mudanças ou feedback;
- Desinteresse em aprender e crescer.
Evitar responsabilizar os outros:
Como não existe um comprometimento com as demandas, ao surgir algum desafio, até as pessoas mais engajadas, não se sentem capazes de resolvê-lo, culpabilizando os outros colegas pela atividade que eles mesmo não realizaram.
Exemplos de comportamentos que buscam responsabilizar as outras pessoas:
- Culpar outras pessoas por falhas que surgiram em um projeto;
- Não admitir seus erros, culpando as pessoas em sua volta;
- Destacar as falhas dos colegas como forma de ridicularização;
- Assumir o crédito pelo trabalho realizado por outros, em vez de reconhecer e valorizar as contribuições individuais de cada membro;
- Falta de transparência com o time quando oculta informações ou tenta encobrir suas próprias falhas para evitar ser responsabilizado por elas.
Falta de atenção aos resultados:
A última disfunção se dá no movimento de focar em si ao invés de pensar no todo. Muitas pessoas se distraem das metas do grupo para focar nas metas pessoais, seja de carreira ou financeira, em algumas situações prevalecendo-se das suas conquistas individuais às do time.
A falta de atenção aos resultados em uma equipe disfuncional pode prejudicar seriamente o desempenho geral e o sucesso do grupo. Aqui estão alguns exemplos de comportamentos que demonstram essa falta de foco nos resultados:
- Priorização dos interesses pessoais;
- Ignorar métricas de desempenho, perdendo a oportunidade de melhorar ou ajustar a estratégia para alcançar os resultados esperados;
- Desleixo com a qualidade do trabalho e a falta de esforço em produzir um trabalho de alta qualidade, dentro dos padrões estabelecidos;
- Não aprender com os erros, ou pior ainda, persistir nele.
Sendo assim, o trabalho em equipe funciona em um efeito dominó, onde a confiança leva a conflitos saudáveis, que leva ao comprometimento, que traz a responsabilidade que gera foco nos resultados.
Quais os impactos dos conflitos no trabalho em equipe?
Conflitos no trabalho não atrapalham somente os funcionários envolvidos nas situações afetam todo o rendimento da empresa e a experiência do cliente. Segundo o relatório Tendências da Experiência do Cliente, feito pela Zendesk em 2024, cerca de 60% dos clientes baseiam suas decisões de compra na qualidade do atendimento que esperam receber.
Equipes conflituosas tornam o ambiente de trabalho tenso, caracterizado por comunicação ríspida, autoritarismo excessivo, falta de colaboração, reclamações constantes, desrespeito às diferenças e propagação de fofocas entre os colaboradores.
Essa dinâmica compromete a produtividade, a motivação e a qualidade do trabalho entregue, resultando em um atendimento ao cliente insatisfatório e perdas financeiras para o negócio.
Impacto negativos para os colaboradores:
- Perdas produtividade
- Comprometimento da saúde mental
- Aumento do número de faltas e atrasos
Impactos negativos para a empresa:
- Perda de funcionários
- Custos com desligamentos
- Ações judiciais
- Desvalorização de marca
Papel do gestor na resolução desses conflitos
Não podemos nos esquecer que todas as equipes são formadas por pessoas imperfeitas, e vai do gestor dessa equipe liderar de modo que haja sinergia e harmonia entre o time.
De acordo com Lencioni a ‘’melhor maneira de lidar com problemas é abraçar o senso comum com um grau incomum de perseverança’’, o que implica estabelecer uma base sólida de confiança entre os membros da equipe e promover uma comunicação clara e aberta para compreender os medos e preocupações individuais.
Quando surgem conflitos na equipe, o papel do gestor deve ser o de mediador, facilitando discussões construtivas e inclusivas. Além disso, é importante definir expectativas claras e responsabilizar os membros pelo cumprimento de metas, mantendo o foco nos resultados coletivos para fortalecer a equipe. O gestor também deve modelar o comportamento desejado, sendo um exemplo de colaboração e respeito entre os colegas, demonstrando as qualidades que deseja ver na equipe.
Mas como fazer isso? Aos gestores em busca de recursos que o ajudem a resolver esses desafios, recomendamos o artigo sobre 7 habilidades e competências fundamentais de um gestor que fornece dicas valiosas para a superação desses desafios.
Equipe disfuncional é aquela que enfrenta desafios como a falta de confiança, medo de conflitos, falta de comprometimento, evita responsabilizar os outros e tem falta de atenção aos resultados. Essas disfunções podem levar à perda de produtividade, problemas de saúde mental dos colaboradores, custos com desligamentos e desvalorização da marca. Para lidar com esses desafios, os gestores possuem um papel crucial, proporcionando debates construtivos, inclusão nas decisões e cumprimento de metas.
Estratégias para promover resultados sustentáveis
Em última observação, a sobrecarga em uma equipe de TI só aumenta os desafios já relacionados à disfunção da equipe. Os principais desafios já apresentados ficam ainda mais evidentes quando combinado com a pressão de prazos apertados e demandas crescentes.
A negligência aos resultados pode ser particularmente perigosa, pois a equipe pode se concentrar exclusivamente em atender às demandas imediatas, comprometendo a visão estratégica a longo prazo. Nesse cenário, o papel dos gestores torna-se ainda mais essencial. Eles não só precisam resolver as principais disfunções da equipe, mas também garantir que as demandas de trabalho sejam realizadas de maneira eficaz.
Isso pode envolver a redistribuição de tarefas, o fornecimento de recursos adicionais (quando plausível) e a criação de um ambiente onde os membros da equipe se sintam apoiados e capacitados para enfrentar os desafios. Ao optar por abordagens que incentivem discussões construtivas, participação nas decisões e responsabilização pela execução de objetivos, os gestores podem ajudar a aliviar a sobrecarga da equipe de TI.
Isso não apenas aumentará a harmonia dentro da equipe, mas também promoverá mais foco nos resultados coletivos, ajudando a empresa a enfrentar os desafios de forma mais eficaz e a manter sua competitividade no mercado em constante evolução.
Quer saber um pouco mais sobre como lidar com sua equipe de TI sobrecarregada e como resolver ? Acesse nosso artigo sobre Equipe de TI sobrecarregada: o que fazer?