Sistema Legado: Características, Desafios e Estratégias para Modernização e Inovação

Sistema Legado: O que é e quais as principais características?

Um sistema legado representa uma parte essencial da estrutura tecnológica de muitas organizações, servindo como a espinha dorsal de suas operações ao longo de anos ou até décadas. Esses sistemas, muitas vezes desenvolvidos há muito tempo, são fundamentais para o funcionamento diário de diversas empresas, abrangendo uma ampla gama de setores, desde instituições financeiras até empresas de manufatura e varejo.

No entanto, embora sejam confiáveis e tenham desempenhado um papel essencial ao longo dos anos, os sistemas legados enfrentam desafios significativos no ambiente tecnológico em constante evolução. Este cenário levanta questões importantes sobre a manutenção, atualização e, eventualmente, substituição desses sistemas para garantir a eficiência operacional, a segurança da informação e a capacidade de inovação das organizações no mercado moderno.

Além disso, a sustentabilidade tornou-se uma prioridade crucial para os negócios, superando até mesmo a produtividade e a eficiência, conforme destacado na Pesquisa Gartner 2024 com CEOs e executivos seniores. Sessenta e nove por cento dos CEOs veem a sustentabilidade como uma oportunidade principal de crescimento empresarial para 2024.

Esse foco emergente destaca a importância de integrar práticas sustentáveis, para mitigar riscos de longo prazo e aproveitar novas áreas de oportunidade de negócios. Assim, é crucial explorar a natureza, os desafios e as melhores práticas relacionadas aos sistemas legados, a fim de compreender plenamente seu papel e impacto nas operações empresariais contemporâneas e sua capacidade de apoiar metas de sustentabilidade.

O que é um sistema legado?

Sistema legado refere-se a sistemas de software antigos que continuam em uso dentro de uma organização, apesar de haver tecnologias mais modernas disponíveis. Esses sistemas desempenham funções críticas e são muitas vezes fundamentais para as operações diárias da empresa. No entanto, eles podem ser baseados em tecnologias, linguagens de programação e padrões de arquitetura que não são mais comuns ou suportados amplamente.

O termo “legado” vem do latim legatum, que significa “o que é deixado para trás” ou “herança”. No contexto de software, o termo começou a ser usado para descrever sistemas antigos que foram “herdados” pelas gerações atuais de desenvolvedores e administradores de sistemas. Esses sistemas foram construídos e implementados em um momento anterior, e apesar das mudanças e avanços na tecnologia, eles continuam sendo usados devido ao seu papel crucial nas operações de negócios.

Em muitos casos, o software legado é mantido porque a substituição completa pode ser extremamente cara e arriscada, e as empresas preferem continuar utilizando esses sistemas até que seja absolutamente necessário atualizá-los ou substituí-los.

Quais são as principais características dos sistemas legados?

A obsolescência dos sistemas legados, no contexto exclusivo do software, é resultado da rápida evolução tecnológica e das crescentes demandas do mercado. Esses sistemas foram desenvolvidos em uma época onde as linguagens de programação e as plataformas de desenvolvimento eram diferentes das que temos hoje, tornando-os incompatíveis com as novas tecnologias e incapazes de atender às expectativas modernas de desempenho e segurança.

A falta de atualizações de software e a obsolescência das linguagens utilizadas deixam esses sistemas vulneráveis a ataques cibernéticos e dificultam a implementação de novas funcionalidades, o que compromete a eficiência operacional e a competitividade da empresa.

Além disso, a manutenção dos softwares legados é extremamente onerosa no que diz respeito ao software. A falta de suporte oficial para linguagens antigas e a escassez de profissionais qualificados para trabalhar com tecnologias desatualizadas elevam os custos de manutenção. 

A complexidade de atualizar ou modificar o software de sistemas legados dificulta a adaptação a novas necessidades de negócios e impede a inovação, tornando-os um obstáculo para o crescimento e a modernização da empresa.

Software desatualizado

O sistema legado sofre com a falta de atualizações. Os upgrades dos softwares são necessários para a correção de bugs, além de aumentar os mecanismos de segurança contra ameaças virtuais.

É extremamente importante a proteção contra roubos de dados, e manter um sistema desatualizado o expõe totalmente às invasões. Como consequência, isso pode prejudicar não somente o âmbito interno, como também diminuir a credibilidade no mercado.

Tecnologia obsoleta

“Obsoleto” é algo que está ultrapassado, antigo ou fora de moda, e essa é uma característica marcante de um sistema legado.

A ferramenta pode, por exemplo, ter uma linguagem de programação ou protocolos que já não são mais usados, ou ainda bancos de dados e formatos de arquivos depreciados.

Normalmente, é uma estrutura de hardware antiga, com componentes de mainframes extremamente caros. Eles não conseguem se alinhar às novas diretrizes tecnológicas, como escalabilidade e integração.

Falta de escalabilidade

A escalabilidade é uma característica essencial em um desenvolvimento de TI bem sucedido; ela garante flexibilidade e crescimento saudável. Um sistema desatualizado não acompanha o crescimento da empresa e os recursos tornam-se limitados com o aumento da demanda.

Dificuldade de manutenção

Como já foi citado anteriormente, um sistema legado muitas vezes foi desenvolvido em uma linguagem de programação que já é ultrapassada, isso faz com que poucos profissionais possam fazer a manutenção, ou até gerar uma demora na manutenção.

Ao perceber essas falhas, chega um momento em que é necessário fazer uma escolha: manter softwares legados ou migrar para um novo?

Processo de Avaliação de Sistemas Legados: Critérios e Metodologias

A avaliação de sistema legado é um processo fundamental para garantir a eficiência e a segurança das operações empresariais. Para determinar se um sistema deve ser substituído, atualizado ou mantido, é essencial considerar uma série de critérios e utilizar metodologias adequadas.

Um dos principais critérios a serem considerados é o desempenho do sistema. Isso inclui analisar a capacidade do sistema de lidar com a carga de trabalho atual e futura, sua velocidade de processamento e sua escalabilidade.

A avaliação do desempenho pode ser realizada utilizando ferramentas de monitoramento e análise de desempenho, que fornecem dados objetivos sobre a eficiência do sistema.

Outro critério importante é a segurança do sistema. É necessário verificar se o sistema possui vulnerabilidades conhecidas, se está em conformidade com regulamentos de segurança e se é capaz de proteger os dados contra ameaças cibernéticas.

A análise de segurança pode ser realizada por meio de ferramentas de análise de vulnerabilidades e de conformidade, que identificam possíveis falhas de segurança e avaliam a postura de segurança do sistema.

Além disso, é importante analisar os custos associados à manutenção contínua do sistema em comparação com os custos de substituição ou atualização. Isso inclui não apenas os custos diretos de licenças de software e hardware, mas também os custos indiretos associados à interrupção do negócio durante a migração.

A análise de custo-benefício pode ser realizada utilizando modelos financeiros que comparam os custos e benefícios das diferentes opções.

Outras considerações importantes incluem a usabilidade do sistema, sua compatibilidade e integração com outras tecnologias e a análise de riscos e oportunidades associadas a cada opção. Ao utilizar metodologias como análise SWOT, análise de impacto, análise de risco e análise de custo-benefício, as organizações podem realizar avaliações abrangentes e fundamentadas dos sistemas legados, auxiliando na tomada de decisões informadas sobre seu futuro.

Metodologias de avaliação de sistemas legados

  1. Análise SWOT: Esta é uma abordagem clássica que envolve a análise das Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (SWOT) do sistema legado. Isso ajuda a identificar os pontos fortes e fracos do sistema, bem como as oportunidades de melhoria e as ameaças potenciais que ele enfrenta.
  2. Análise de Impacto: Esta metodologia envolve avaliar o impacto da substituição, atualização ou manutenção do sistema legado em várias áreas da organização, como operações comerciais, custos, segurança da informação e conformidade regulatória.
  3. Análise de Risco: Uma abordagem baseada em análise de risco pode ser utilizada para identificar e avaliar os riscos associados à manutenção contínua do sistema legado, bem como os riscos potenciais associados à substituição ou atualização do sistema.
  4. Análise de Custo-Benefício: Esta metodologia envolve comparar os custos e benefícios de diferentes opções, como manter o sistema legado, atualizá-lo ou substituí-lo por uma solução moderna. Isso ajuda a determinar a opção mais econômica e vantajosa para a organização.
  5. Análise de Viabilidade Técnica: Esta abordagem envolve avaliar a viabilidade técnica de diferentes opções, como a compatibilidade do sistema legado com novas tecnologias e a complexidade técnica da atualização ou substituição do sistema.

Substituir, atualizar ou manter um sistema legado?

Ao longo do tempo, sistemas legados podem receber incrementos de novas funcionalidades, permitindo-lhes adaptar-se às novas demandas do mercado e atualizar bases já existentes.

No entanto, a manutenção desses softwares pode ser um desafio para algumas empresas, uma vez que cada nova tecnologia que surge se torna uma concorrente para a tecnologia legada, podendo gerar menos demanda de profissionais especializados.

Diante dessas duas possibilidades de migrar para um novo sistema ou manter o legado, os softwares personalizados surgem como uma alternativa mais promissora. Isso porque permitem o aproveitamento integral de todas as suas funções e ainda o alinhamento de processo, pessoas e tecnologias, oferecendo resultados mais eficientes e eficazes.

No entanto, é essencial considerar como essas opções se alinham com as metas organizacionais. A decisão de substituir, atualizar ou manter um sistema legado deve ser guiada pelos objetivos de longo prazo da empresa, garantindo que as escolhas tecnológicas apoiem a estratégia de negócios e impulsionem o crescimento sustentável.

Vale ainda ressaltar que, embora um sistema mais antigo possa apresentar falhas, nenhuma empresa é obrigada a substituí-lo. Um sistema legado tem como principal característica a dificuldade e alto custo de manutenção para mantê-lo, seja pela própria obsolescência do hardware ou pela dificuldade de lidar com softwares ultrapassados. Essa é uma grande motivação da migração das empresas para um sistema mais eficiente.

Uma abordagem de migração dividida em etapas pode ser implementada com o auxílio de cloud computing, por exemplo. Alocar parte dos recursos na nuvem enquanto a infraestrutura física é substituída pode ser a forma mais eficaz de contornar eventuais problemas causados pela mudança, garantindo uma transição suave e minimizando interrupções no processo de negócios.

Riscos de Segurança em Sistemas Legados

Riscos de Segurança ema Sistemas Legados - Blog Lyncas

Os sistemas legados enfrentam uma série de riscos significativos, especialmente no que diz respeito à segurança cibernética. Em 2022, o Brasil registrou um alarmante número de 103 bilhões de tentativas e ameaças de ataques cibernéticos, representando cerca de 30% dos casos em toda a América Latina e Caribe, conforme revelado por um levantamento da empresa de segurança cibernética Fortinet

Esses sistemas, muitas vezes operando com versões desatualizadas de software e sistemas operacionais, estão particularmente vulneráveis a ataques que exploram falhas conhecidas e já corrigidas em versões mais recentes.

Devido à falta de atualizações e suporte contínuo, esses sistemas muitas vezes operam com versões desatualizadas de software e sistemas operacionais, deixando-os expostos a ataques cibernéticos que exploram falhas conhecidas e corrigidas em versões mais recentes.

Além disso, a ausência de patches de segurança regulares representa outro ponto crítico. A falta de atualizações regulares torna os sistemas legados suscetíveis a ameaças que aproveitam vulnerabilidades conhecidas, representando uma séria ameaça à integridade dos dados e à continuidade dos negócios.

Outro desafio significativo de um sistema legado é a incompatibilidade com ferramentas de segurança modernas. Muitos legados não são compatíveis com as mais recentes ferramentas de segurança, como firewalls avançados e sistemas de detecção de intrusões, o que dificulta ainda mais a proteção eficaz contra ameaças cibernéticas.

Portanto, é imperativo que as organizações reconheçam e abordem os riscos de segurança associados aos sistemas legados de forma proativa. Isso requer investimentos em atualizações de software, implementação de patches de segurança regulares e a adoção de medidas de segurança robustas para proteger os dados e garantir a continuidade dos negócios em um ambiente cada vez mais hostil.

Integração de sistema legado com novas tecnologias

Segundo o professor Thomas Pigoski, o custo de manutenção de um sistema legado tem crescido de 40%, nos anos 70, para o patamar de 90%, atualmente. Um dos motivos se dá por conta da incorporação de tecnologias emergentes, como computação em nuvem, análise de dados e inteligência artificial, aos sistemas legados existentes, permitindo que as organizações aproveitem os benefícios da inovação sem comprometer a estabilidade e a segurança dos sistemas fundamentais.

No entanto, a integração de sistemas legados com novas tecnologias apresenta uma série de desafios. Um dos principais obstáculos é a compatibilidade entre as tecnologias antigas e as novas. 

Muitos sistemas legados foram desenvolvidos usando linguagens de programação e arquiteturas de software obsoletas, tornando-os incompatíveis com as APIs e protocolos modernos. Para superar essa barreira, o gerente de TI deve investir em ferramentas de integração e desenvolver interfaces personalizadas para facilitar a comunicação entre os sistemas legados e as novas aplicações.

Outro desafio é garantir a segurança dos sistemas durante o processo de integração. Os sistemas legados, muitas vezes, carecem dos recursos de segurança robustos encontrados nas tecnologias mais recentes, tornando-os vulneráveis a ataques cibernéticos e violações de dados. Portanto, implementar medidas de segurança proativas, como criptografia de dados, controle de acesso e monitoramento de ameaças, para proteger os sistemas durante a integração e além.

Outro fator a ser considerado é a escalabilidade e a flexibilidade dos sistemas durante o processo de integração. Os sistemas legados podem não ser capazes de lidar com o aumento da carga de trabalho ou se adaptar às mudanças nas demandas do mercado, o que pode limitar a eficácia das soluções integradas.

Sendo assim, o gestor de TI pode entender que projetar arquiteturas flexíveis e escaláveis serão necessárias para promover a expansão e a evolução dos sistemas ao longo do tempo, garantindo que eles permaneçam relevantes e eficientes em um ambiente empresarial em constante mudança.

A integração de sistemas legados com novas tecnologias oferece grandes oportunidades, mas requer enfrentar desafios de compatibilidade, segurança e escalabilidade.

Com estratégias adequadas, as empresas podem garantir uma transição suave para um ambiente de TI moderno e eficiente. A Lyncas oferece serviços de sustentação de sistemas, ajudando sua empresa a navegar por esses desafios com expertise e soluções personalizadas.

Entre em contato com a Lyncas para saber como podemos apoiar sua organização na modernização e inovação de seus sistemas de TI.

Silvio Costa

Silvio Costa

Formado em Sistemas de Informação, com MBA, Liderança, Inovação e Gestão 3.0, é, atualmente, diretor de operações da Lyncas. Atua estrategicamente para sustentar o crescimento de empresas por meio da excelência operacional, focando na otimização de custos e recursos e na performance das entregas.

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