O Rio Innovation Week 2023 (RIW 2023), um dos maiores eventos de inovação da América Latina, aconteceu entre os dias 03 e 06 de outubro, no Rio de Janeiro, e o time da Lyncas esteve presente para se aprofundar no mundo da inovação, tecnologia e empreendedorismo no Brasil.
Com uma programação abrangente e diversificada, o evento reuniu líderes, empreendedores e especialistas de todo o país para uma rica discussão sobre tendências, desafios e oportunidades para o futuro da inovação. O RIW 2023 explorou diversos temas, que são conteúdos valiosos para o Varejo, Saúde, Cultura, Governamental, Indústria, Fintechs, entre outras.
Para Maykon Meier, Head de Soluções da Lyncas, o RIW 2023 foi uma oportunidade não apenas de expandir sua rede de contatos e explorar novas oportunidades de negócios, mas também de obter uma visão mais clara de como as empresas estão incorporando a inovação em diferentes cenários e setores. “O evento trouxe um espaço para pessoas de todos os cantos do país apresentarem suas ideias, independentemente do tamanho de suas empresas. Isso incentivou a cultura de inovação, unindo fomentadores, pequenas e grandes ideias com empresas e o governo. Um verdadeiro ecossistema de inovação, onde teoria e prática se encontram, permitindo a adaptação de iniciativas disruptivas de um segmento para outro”.
Vamos explorar os principais destaques do RIW 2023 e como essas ideias podem moldar o futuro da inovação no país.
Neste artigo você vai ver:
Palestras inspiradoras no RIW 2023: lições aprendidas
Para a equipe da Lyncas, uma das palestras mais inspiradoras foi o painel do MIT Technology Review Brasil sobre “Processos: como construir o caminho contínuo da inovação”, com a participação de Asper Andersen da Vibra, Alexandre Muniz da Generali e Bruno Venceslau da BrasilPrev.
Andersen destacou que no dia a dia todos são medidos pelos resultados que agregam para uma corporação e que a inovação pode vir de diferentes áreas, não necessariamente da TI. Muniz acrescentou que é importante ter pessoas inconformadas em fazer tudo sempre igual, pessoas que possuem um olhar crítico e uma mente colaborativa para gerar inovação.
Os palestrantes também destacaram a relevância que tem uma liderança que instiga seus colaboradores a amadurecerem sua mentalidade de melhoria contínua. Venceslau afirmou que a inovação precisa gerar resultados, seja financeiro ou de satisfação para o cliente, e que ao identificar um gap de processo, a BrasilPrev analisa e desenvolve iniciativas para otimizá-lo, priorizando o desenvolvimento de acordo com a complexidade e o resultado desejado. Ele ainda destacou temas como cultura de testes e maturidade digital das empresas.
Destaque do RIW 2023: Cultura organizacional e inovação
Para a coordenadora de marketing da Lyncas, Karin Petermann, o Rio Innovation Week 2023 deixou claro que as empresas têm mais dificuldades de prosperar na inovação isoladamente, sendo necessário fazer parte de um ecossistema que ofereça a velocidade necessária para o crescimento e a sustentabilidade dos negócios.
Dentro desse contexto, a cultura de inovação surge como um componente necessário para o sucesso e a longevidade de uma empresa no ambiente de negócios atual. “No entanto, ela vai além da simples adoção de novas tecnologias ou da criação de produtos revolucionários. Trata-se de uma mentalidade e uma abordagem que permeiam todos os aspectos da organização. Por isso, a cultura de inovação deve ser enxergada de cima para baixo, ou seja, a alta gestão/diretoria precisa promover isso dentro dos negócios”.
Essa cultura de inovação incentiva os funcionários a serem ágeis, a procurar constantemente maneiras de melhorar, de abraçar novas oportunidades, além de estimular a criatividade e o pensamento crítico. Ela encoraja os colaboradores a questionar o status quo, a desafiar as suposições existentes e a buscar soluções originais para problemas complexos. Isso resulta em produtos e serviços mais criativos, eficientes e alinhados com as necessidades do mercado.
“O conceito de inovação é a criação de algo novo ou a melhoria de algo existente, sendo assim, só faz sentido quando é para resolver problemas reais. Em alguns palcos foi destacado o tópico cultura de testes, a arte de experimentar diferentes formas de executar um mesmo processo. Uma cultura de experimentar, errar e tentar novamente. Empresas que têm a mentalidade de que errar é ruim para os negócios, perde a oportunidade de inovar com liberdade, pois os colaboradores têm receio de opinar e não serem escutados”, comenta Meier.
>> Veja também: Falta de cultura de inovação atrapalha digitalização das empresas
Principais abordagens e estratégias que impactarão o cenário de inovação empresarial
A Inteligência Artificial foi abordada em diferentes cenários, por exemplo, a Me Poupe! da empresária Nathalia Arcuri, que utiliza inteligência artificial para mapear as expressões faciais dos vídeos que mais tiveram engajamento versus o que tiveram menos. Ao cruzar esses dados foi possível descobrir insights que levaram a criação de conteúdo mais assertivo, gerando mais engajamento.
Outro caso apresentado, dessa vez no agronegócio, mostrou como o uso de inteligência artificial, automatizou o processo de colheita e contagem de amendoim em uma cooperativa.
Antes todo o processo era realizado de forma manual pelo colaborador. Agora, a inteligência artificial realiza a contagem de talhões de amendoins em um arbusto e também consegue identificar o nível de maturação do amendoim. O resultado alcançado foi a diminuição de erros humanos para ambos os processos e o aumento da receita em 8%, além de impactar no tempo de espera dos caminhões no pátio, de 10 dias para 12 horas.
Vários palestrantes destacaram o tema “Open Innovation”, ou inovação aberta, uma abordagem que busca a inovação por meio da colaboração entre empresas, startups, universidades, governos e investidores.
A estratégia reconhece que as empresas não precisam e não devem depender apenas de seus recursos internos para inovar, com isso, se baseia na ideia de que a inovação não é um processo isolado, mas sim, um processo colaborativo que envolve diferentes agentes.
“Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.” Margareth Mead
Vale destacar que o Open Innovation implica que as empresas estejam dispostas a:
- Colaborar com parceiros externos, como startups, universidades, instituições de pesquisa e outras empresas, para co-criar produtos, serviços ou soluções inovadoras;
- Adotar ideias e tecnologias de fontes externas, incorporando inovações desenvolvidas fora da organização;
- Compartilhar ativamente seu conhecimento e ativos intelectuais com outros, permitindo que terceiros construam sobre essa base;
- Procurar oportunidades de negócios fora de seu mercado tradicional, explorando novos mercados e segmentos.
Parceria de sucesso entre Lyncas e Porto Itapoá foi apresentado no Rio Innovation Week 2023
O Case do App Reefer, uma co-criação entre Porto Itapoá e Lyncas foi apresentado no I Congresso Internacional de Cases de Open Innovation, uma realização da 100 Open Startups e Sai do Papel, no painel Logística & Mobilidade.
Abiatar Prestes, analista de TI, destacou que o Porto Itapoá busca inovar e transformar ideias em projetos que geram valor. Ele explicou o processo para receber e desconectar contêineres refrigerados bem como o impacto que um erro no processo pode gerar para o porto, armadores e clientes finais. Também esclareceu que, com o novo App, o Porto passou a digitalizar o monitoramento de contêineres refrigerados, liberando os operadores do trabalho manual, o que resultou em uma redução significativa de custos e tempo.
“A colaboração e a parceria para a criação do aplicativo entre as duas empresas foi o grande diferencial para gerar resultados positivos como a redução no tempo de monitoramento de um contêiner refrigerado, redução no tempo de alerta e os benefícios da digitalização do processo que antes era manual. Sem dúvida é um exemplo de como a colaboração entre empresas pode gerar resultados positivos”, comenta Prestes.
O Porto Itapoá está entre os 5 maiores portos brasileiros e é o único entre as 50 empresas mais inovadoras do Sul do Brasil, além de ser referência em tecnologias portuárias.
As principais barreiras para a inovação
O Brasil tem demonstrado progressos notáveis em sua jornada rumo à promoção da inovação, mas ainda enfrenta desafios significativos que limitam seu pleno potencial nessa área. Um desses desafios cruciais é a captação de recursos, um obstáculo que afeta tanto empresas estabelecidas quanto inovadores individuais.
Comparando com países como os Estados Unidos, fica evidente uma disparidade em termos de recursos disponíveis para o processo criativo e de desenvolvimento da inovação. Nos EUA, o ecossistema de inovação é robusto e altamente apoiado por uma variedade de fontes de financiamento, incluindo investidores de risco, fundos de capital de risco e programas governamentais de incentivo à inovação. Esses recursos substanciais permitem que ideias inovadoras sejam transformadas em produtos, serviços e tecnologias que impactam positivamente a sociedade.
No entanto, no Brasil, a disponibilidade de tais recursos ainda não atingiu esse mesmo nível. As empresas brasileiras muitas vezes enfrentam desafios para obter financiamento adequado para pesquisa e desenvolvimento, o que limita sua capacidade de competir globalmente e de trazer inovações de alto impacto para o mercado. Os inovadores individuais, como startups e empreendedores, também enfrentam dificuldades em encontrar investidores dispostos a apoiar suas ideias.
Além disso, as políticas públicas relacionadas à inovação no Brasil ainda carecem de clareza e direção, o que pode dificultar a formulação de estratégias eficazes de desenvolvimento e inovação por parte das empresas. A falta de incentivos fiscais específicos para pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, é uma lacuna que precisa ser preenchida para incentivar as empresas a investirem mais em inovação.
Outro ponto importante é a conexão entre empresas e universidades, que ainda não atingiu seu potencial total no Brasil. A colaboração estreita entre essas duas entidades é fundamental para o avanço da inovação, pois permite que o conhecimento acadêmico se traduza em aplicações práticas e soluções de mercado.
Com isso em vista, um dos principais objetivos do Rio Innovation Week 2023 foi exatamente facilitar o encontro e a conexão de todos os agentes em um único local, promovendo assim o intercâmbio e a compreensão mútua entre eles.
Parcerias e estratégias para um futuro mais inovador
De modo geral, o Rio Innovation Week 2023 foi uma experiência enriquecedora que destacou a importância da cultura de inovação, da colaboração e da liderança na construção de um Brasil mais inovador, contando com a tecnologia para resolver problemas reais.
As lições aprendidas e as conexões feitas durante o evento têm o potencial de moldar o futuro dos negócios promovidos pela Lyncas, impulsionando a inovação e criação de soluções inovadoras.
“Conhecemos alguns labs de inovação que conectam empresas e ideias inovadoras, como a FIEMG (Federação Indústrias de MG), por exemplo. Já estamos pensando, também, na estratégia de buscar empresas que fazem uso do Open Innovation para atrair parceiros e apresentar soluções às suas dores. Isso se mostrou uma grande oportunidade de negócio”, comenta Maykon.
Karin destaca a possibilidade de gerar uma parceria com o MIT Technology Review para analisar o grau de inovação da Lyncas, sob sete perspectivas: gestão, produtos/serviços, marketing/vendas, processos, diversidade, data decisioning e open innovation. “Isso é importante para a empresa medir a efetividade de suas ações relacionadas à inovação e receber reconhecimento através do selo Innovative Workplaces”, conta.
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