Todo produto começou com uma ideia que é o pontapé inicial para grandes projetos. Mas, tão importante quanto ter uma ideia é executá-la de forma eficiente. Então, quando um empreendedor tem um produto ou serviço inovador, para ter certeza se realmente o produto é viável e eficiente, uma boa saída é usar um Produto Mínimo Viável (MVP).
Neste artigo você vai ver:
O que é e como surgiu o termo MVP?
MVP é o acrônimo para Minimum Viable Product, que em português literalmente significa Produto Mínimo Viável, que nada mais é do que uma forma de desenvolver e testar as ideias iniciais do produto ou serviço. Afinal, esse método testa a aceitação do produto ou serviço antes mesmo dele ser lançado.
O termo MVP foi criado pelo empresário e empreendedor Frank Robinson, CEO da SyncDev Inc., empresa norte-americana atuante no desenvolvimento de novos produtos e mercados.
Esse conceito foi popularizado no livro “A Startup Enxuta”, do autor e empreendedor Eric Ries, que se tornou um bestseller mundial, e deu ao MVP as características usadas atualmente, principalmente entre as startups.
“Quando eu disse pela primeira vez ‘produto mínimo viável’, nunca tive que me repetir”, relata Frank Robinson.
O que é MVP na prática?
Na prática, o MVP é uma versão enxuta do produto ou serviço, construído em cima das suas funcionalidades essenciais, sendo apresentado para os usuários para que, com base na sua experiência de uso, erros sejam corrigidos e melhorias propostas.
Dessa forma, o produto final vai sendo construído gradualmente, empregando o mínimo possível de recursos para entregar a principal proposta de valor da ideia. Assim, é possível validar o produto antes de seu lançamento, com isso evitando investir muito tempo e dinheiro com seu desenvolvimento além do necessário.
O lançamento em si só ocorre depois que a versão de testes for desenvolvida e aprimorada, o que certamente aumenta as chances de sucesso e aderência no mercado.
Porém, muitos se confundem quanto ao conceito de MVP, tendo uma ideia errada ao pensar que a ideia significa construir o produto pelas suas partes. Desta forma se esquecem que o MVP é uma solução inicial para o problema principal do cliente.
A imagem abaixo exemplifica bem essa diferença:
Ou seja, não se trata de ir montando o produto em partes, mas sim ir adicionando funções e características de acordo com a necessidade do seu público-alvo. Todavia, a primeira versão já precisa atender à carência principal do seu cliente.
Para ter uma noção da importância do uso do MVP, gigantes como o Facebook, Amazon, Instagram, Dropbox, Twitter, Spotify, entre vários outros, lançaram seus protótipos no conceito de MVP.
O conceito de MVP atualmente é muito utilizado por empresas da área da inovação e por startups, principalmente as ligadas à tecnologia da informação.
Quais são os tipos de MVP?
Apesar de partir de uma mesma concepção, o MVP pode aparecer em diferentes modalidades, isso por que é definido conforme as necessidades da empresa ou do empreendedor.
Para a escolha do tipo de MPV que deve ser utilizado, é necessário levar em conta as características do produto e a verba.
Abaixo seguem detalhes sobre os mais populares.
MVP Protótipo
Essa modalidade é mais indicada para softwares e funcionalidades complexas, pois o protótipo é um exemplar funcional da solução, ou seja, um exemplar que é disponibilizado para a um público seleto. Com base nessa utilização, você avalia funcionalidade, popularidade e demais aspectos para validar o produto.
Porém, é um modelo mais caro, por ser mais completo e se parecer com o produto final.
MVP Duplo
É uma modalidade baseada nos testes A/B, que são aqueles em que duas versões de uma solução são oferecidas simultaneamente para comparar qual delas é mais eficaz.
O MVP Duplo é o mais caro da lista, pois exige ainda mais investimento, já que implica na criação de duas versões diferentes. Porém, é uma ferramenta excelente para customizações e validação de uma função relevante do produto.
MVP Mágico De Oz
O nome é curioso, mas refere-se à entrega da solução que, inicialmente, é feita manualmente por pessoas atuando por trás das cortinas, sem possuir suas funções programadas e automatizadas.
Nesse caso, em vez de oferecer uma versão automatizada, pessoas reais fazem o papel das máquinas.
Simplificando, veja como exemplo a EasyTaxi. Os clientes solicitavam o táxi pelo protótipo do aplicativo e os responsáveis pela inovação ligavam manualmente para os motoristas para ir buscar os passageiros.
Ao realizar manualmente os processos, é possível identificar, além do interesse do público, problemas na solução.
MVP Concierge
Essa modalidade ganhou esse nome por oferecer uma solução altamente personalizada para um grupo de consumidores, disponibilizando o produto e acompanhando sua utilização de maneira mais próxima, avaliando a funcionalidade e a popularidade.
Serve para reforçar a ideia de um atendimento exclusivo que, mais tarde, também deverá ser reforçado pela automatização.
MVP Piecemeal
Essa modalidade é uma alternativa quando se tem um orçamento apertado, o Piecemeal se concentra na experimentação através de plataformas gratuitas que já existem.
Uma empresa que esteja pensando em lançar um serviço de armazenamento em nuvem diferenciado, por exemplo, pode criar um MVP a partir do Google Drive, adicionando algumas comodidades aos clientes.
MVP Single Featured
Essa modalidade exige a entrega de uma versão que tenha somente a sua função.
Idealizadores que tenham bastante clareza sobre a funcionalidade principal de sua solução a ser desenvolvida se beneficiam desse tipo de MVP.
Caso a função seja aprovada, os demais mecanismos podem ser acrescentados e testados aos poucos, otimizando os investimentos necessários.
MVP Fumaça
Essa modalidade é uma forma digital de avaliar a relevância do seu produto para os potenciais clientes, além de ser rápido e bem prático de realizar.
Para isso, os responsáveis apenas precisam de um canal de marketing para fazer a distribuição, é uma forma de apresentar a solução ao potencial público.
Uma boa forma de fazer essa fumaça é com uma landing page que fala sobre a solução e exibe um vídeo que apresenta seus conceitos e, se possível, o funcionamento.
Assim, o interesse pode ser medido a partir da taxa de conversão da página, enquanto dados são colhidos para se obter mais conhecimento do público, que receberá novidades com o tempo e a vantagem de ter o produto ou serviço em primeira mão.
Então, com base nas respostas obtidas, podem ser extraídos feedbacks valiosos que ajudarão a desenvolver novas features ou retirá-las, se necessário.
Como criar e testar um MVP?
O ciclo de feedback construir-medir-aprender não determina apenas o problema que precisa de soluções.
Inclui também a criação de um produto mínimo viável (MVP) para iniciar a experiência de aprendizagem assim que necessário.
Uma vez que o MVP é construído, é possível focar em melhorar o produto. Isso envolverá medição e aprendizado, bem como métricas acionáveis que podem ilustrar a preocupação de causa e efeito.
Os tipos de MVP interferem no processo de criação e testagem, pois existem tipos diferentes conforme vimos anteriormente.
Existem algumas etapas que podem ser úteis para diversas modalidades.
Abaixo, trazemos um passo a passo baseado nos conselhos do consultor da ThoughtWorks e autor do livro “Direto ao Ponto”, Paulo Caroli.
Passo 1: Forme Uma Equipe
Mesmo a ideia sendo sua, é preciso ter diferentes tipos de visão para que ela se torne realidade, o ideal é juntar pelo menos três pessoas:
- Alguém com visão de negócios, para avaliar a viabilidade financeira;
- Alguém que pense em como o produto será utilizado (de preferência, com conhecimento em design thinking);
- Alguém que consiga idealizar a engenharia do produto ou serviço, incluindo sua oferta em larga escala.
Passo 2: Defina Sua Solução
Um jeito simples de fazer isso é completando as lacunas na frase:
Voltado para _______, o _______ é um _______ que _______, diferentemente de _______.
- O primeiro espaço corresponde ao público-alvo;
- O segundo, ao nome dado à solução (pode ser provisório);
- O terceiro deve ser completado com a definição sobre a solução, se é produto ou serviço, se é uma plataforma, peça de roupa, um eletroeletrônico, etc;
- O quarto informa sua principal vantagem;
- E o quinto, qual o diferencial em relação à concorrência.
Passo 3: Crie Personas
Olhando de forma geral para o mercado no qual a sua solução se insere, verifique fazendo um ou mais recortes para extrair a que nicho ele atende.
Desta forma, você terá informações suficientes para criar uma ou mais personas, que são papéis fictícios que irão representar o cliente ideal.
Defina informações como a idade, profissão, local onde mora, estado civil, interesses e gostos para aproximar o target da sua solução.
Inclusive, uma possibilidade é contatar indivíduos que tenham essas características para testar o seu MVP.
Passo 4: Elimine Os Excessos
Deve-se considerar os interesses do público e o problema que o seu produto/serviço irá atender/resolver, e selecionar/eleger as funcionalidades essenciais.
E serão elas que devem fazer parte do MVP.
Passo 5: Teste E Monitore
Depois de lapidar o MVP, ele está pronto para ser liberado e testado. Escolha, entre os tipos que apresentamos anteriormente, o que mais se adapta à realidade e às necessidades que você tem.
Não se esqueça de estabelecer métricas ou KPIs (indicadores de desempenho) para monitorar se a solução teve sucesso ou se precisa ser aperfeiçoada.
Passo 6: Interprete Os Feedbacks Do Público
O MVP não é apenas uma forma de mitigar riscos. Ele serve como um termômetro principalmente, pelo qual as preferências do público a que uma solução se destina podem ser identificadas.
Portanto, é preciso levar em consideração que o consumidor não tem as respostas prontas. É necessário que os seus feedbacks sejam reinterpretados, de maneira a apontar novas possibilidades.
É necessário encontrar um ponto de equilíbrio em que os feedbacks do público sejam utilizados mais como pistas e menos como direções inquestionáveis.
Passo 7: Faça Benchmarking
MVP é também uma criação necessariamente coletiva e baseada na experiência de outros. Por isso, a estratégia de benchmarking é tão utilizada no desenvolvimento de produtos minimamente viáveis.
Sua premissa é utilizar casos de sucesso (ou de fracasso) de outras empresas para que, a partir disso, as decisões sejam tomadas.
Porém, nunca é demais relembrar que benchmarking não é a mesma coisa que plagiar.
O que se busca nessa etapa é compreender as causas e consequências das decisões tomadas por outros para não repetir processos falhos.
Aliás, o próprio Facebook fez uso de benchmarkings para ajudar na sua formulação, como o caso do Orkut, que foi a maior rede social do mundo na primeira metade dos anos 2000.
Passo 8: Defina Metas
Ganhar dinheiro com o lançamento de uma solução é ótimo, disso ninguém discorda. Contudo, essa não deve ser a meta quando a intenção é entrar no mercado com um novo produto, ainda mais se ele for concebido de forma disruptiva.
O MVP, como você já sabe, tem seu ciclo de desenvolvimento pautado não nos interesses da empresa, mas nos do cliente.
O fundamental é que esse processo seja orientado por metas, e que essas metas tenham relação com os anseios e necessidades do consumidor.
Um método útil para defini-las é o de metas SMART, segundo o qual os objetivos devem ser:
S (específicos)
M (mensuráveis)
A (atingíveis)
R (relevantes)
T (temporais).
Passo 9: Realize Mudanças Contínuas
Ser uma solução em aperfeiçoamento contínuo é uma das características de um MVP.
Nessa etapa do seu desenvolvimento, é preciso que as pessoas envolvidas sejam ainda mais exigentes, sem se conformar com os resultados, por melhores que sejam.
Steve Jobs fez da Apple uma referência porque ele nunca estava satisfeito, não importava quão bons os produtos parecessem.
Você não precisa ser um novo Steve Jobs ao desenvolver seus MVPs, basta que, a cada ciclo do desenvolvimento que for encerrado, você se pergunte “o que pode ser melhorado?”.
O que acontece caso o MVP identifique que a ideia não é boa?
A ideia fundamental do MVP é apresentar a real essência de um produto/serviço que irá solucionar um problema existente do cliente.
O processo de testagem do protótipo serve para fazer a validação da ideia, pois como não há pesquisas elaboradas com o intuito de saber se realmente há um problema a ser resolvido, é nesse momento que é feita a validação.
O resultado da avaliação dos clientes é imprevisível: o MVP pode validar a ideia, com altas taxas de aprovação, ou não.
Caso o feedback indique que a ideia não é boa, o empreendedor deve considerar duas hipóteses:
- Que o projeto realmente não vale a pena;
- Que o público não entendeu a essência do que foi proposto.
Se o MVP afirmar que a ideia não resolve um problema do consumidor, não há o que fazer, pois esse é o propósito da fase de testes. E sendo assim, nessa hipótese, gastou-se pouco dinheiro e tempo, e o prejuízo será relativamente pequeno.
Caso o público não tenha entendido a proposta da ideia, o produto mínimo viável pode ter sido limitado demais, e nessa hipótese, pode valer a pena reformular o MVP e tentar novamente.
Casos de MVPs bem-sucedidos
Como você vai ver na lista a seguir, empresas de sucesso hoje construíram seus MVPs de formas variadas, adequadas a cada tipo de negócio.
Pronto para se inspirar? Confira alguns casos de MVPs que foram bem-sucedidos.
Como exibido no filme “A Rede Social”, o Facebook (no começo, The Facebook) pretendia conectar jovens de universidades norte-americanas e permitir que trocassem mensagens. Essa função já existia em outros sites, mas a viralidade veio porque o Facebook era simples.
E esse foi o MVP da rede social! Testado primeiro apenas com estudantes de Harvard, foi possível perceber o crescimento da popularidade, e, assim, a expansão se tornou inevitável.
A primeira versão do Instagram permitia que usuários compartilhassem fotos com um número limitado de filtros. Ser mais um aplicativo de fotos não era ideal na época, com o mercado saturado com apps de edição de imagens e redes sociais.
A proposta, então, era juntar o compartilhamento e a edição em um só lugar. Com tal facilidade, os usuários passaram a adotar a rede como principal.
Esse mindset de criar um espaço no qual é possível executar várias ações ainda permeia a empresa, e hoje vemos o Instagram fornecer inúmeras funções.
Airbnb
Em 2007, durante a Conferência IDSA, que traria muitos visitantes à cidade, dois amigos de San Francisco decidiram “ganhar alguns trocados”.
Prevendo o problema do overbooking do hotel, eles decidiram alugar quartos para quem chegava à cidade e procurava por uma alternativa.
O MVP da Airbnb era uma simples plataforma que oferecia quartos vagos como uma alternativa de hospedagem.
Sem mapas interativos, sem opções de escolha, sem pagamentos online, apenas algumas fotos do local, contatos e endereço. No entanto, foi o suficiente para obter 3 clientes pagantes, arrecadar US$ 240 e ter o insight de ouro.
2009 foi o ano de mudança para a empresa. Os responsáveis foram notados por Paul Graham, cofundador da VC e da Y Combinator, que os convidou para se juntar à aceleradora de startups.
A partir desse momento, eles redesenharam seu site, mudaram o nome de Air Bed & Breakfast para o icônico Airbnb e adotaram uma nova abordagem para adicionar propriedades de outros proprietários. Mudou todo o rumo da hotelaria.
Apple
A Apple é uma usuária habitual da metodologia MVP. Há alguns meses, foi possível acompanhar a internet borbulhar de notícias sobre o possível protótipo do iPhone 7. Além das imagens mostradas, que foram supostamente vazadas por um usuário de testes, vários acessórios e dispositivos vêm aparecendo em alguns sites chineses.
Os fãs da Apple esperam sempre ansiosos notícias sobre os MVPs da empresa, e esta não é primeira vez que a Apple utiliza o MVP para ajustar seus produtos. O iPhone original foi lançado inicialmente internamente e não tinha uma série de recursos básicos, como procurar por nome na sua lista de contatos ou copiar e colar.
Groupon
O Groupon é um exemplo de MVP sobre como uma ideia pode ser alterada em curso.
O aplicativo, chamado The Point, começou como uma plataforma cujo objetivo era reunir as pessoas em grupos para que pudessem fazer juntos algo grande demais para uma pessoa resolver sozinha.
Poderia ser qualquer coisa, desde uma campanha política, um boicote ou até uma marca. Uma das maneiras pelas quais as pessoas usavam o The Point era a compra coletiva, quando os cupons começavam a dar as caras.
O The Point, convenhamos, era uma ideia megalomaníaca, mas surgiu o MVP do Groupon a partir daí.
O serviço começou como um blog WordPress. Para gerar cupons, eles usavam o FileMaker, e então executavam um script para enviar o PDF do cupom por e-mail para as pessoas na lista de inscrição.
Naquele momento, o objetivo deles era validar a ideia dos cupons, que havia funcionado em partes no The Point, e coletar feedback.
O serviço se tornou popular, permitindo que eles construíssem o sistema de vouchers e desenvolvessem o back-end da operação.
Dropbox
O Dropbox surgiu de um dos conceitos mais simples que temos atualmente: criar um espaço de armazenamento online para arquivos. Mas foram eles que puxaram a fila.
Seu MVP, feito em um vídeo bem didático, mostrava o quão simples era o conceito de nuvem – e como ele poderia substituir aquelas soluções malucas de arquitetura de servidor.
O vídeo, de aproximadamente 3 minutos, mostrava como o Dropbox funcionava e quais funções ele tinha. Em vez de falar sobre alguns aspectos técnicos do produto ou traçar um paralelo com os concorrentes, eles demonstraram alguns casos de uso reais.
Sua estratégia de MVP foi eficaz e o número de inscrições aumentou 5 vezes da noite para o dia, sem um produto real ainda.
Apenas a experiência de ver um vídeo sobre o produto foi suficiente para vender a ideia. A ideia do Dropbox nasceu da experiência pessoal de Drew Houston, cofundador e CEO da empresa, que estava cansado de carregar constantemente seu HD externo de canto em canto.
O dia em que ele esqueceu seu equipamento em casa foi o dia em que as primeiras linhas do código do Dropbox foram escritas.
A ideia para o Twitter surgiu em uma hackathon produzida pela plataforma de podcasts Odeo, que até então estava perdendo clientes para o recém-lançado iTunes. Durante a hackathon, surgiu a ideia de criar um mensageiro interno por SMS para que funcionários conversassem entre si – o que veio a ser o MVP.
No entanto, constatou-se que os usuários tinham que gastar muito dinheiro para postar. Foi aí que os executivos viram que isso poderia tornar-se o próximo projeto da empresa e criaram o inicialmente chamado “twittr”.
Depois de alguns testes, o Twitter foi lançado, em 15 de julho de 2006. No primeiro trimestre de 2022 foram registrados 189,4 milhões de usuários na rede social. Case de MVP bem-sucedido.
Uber
A Uber revolucionou o modo de se locomover, mas antes foi preciso testar o modelo do negócio e sua plataforma, começou como UberCab e seu MVP é a premissa de como o aplicativo de ride-sharing funciona hoje.
Em um primeiro momento, o serviço operava apenas em San Francisco, funcionava em um modelo de lista de passageiros de um pequeno grupo selecionado e era operacional apenas em IOS. Além disso, o conceito girava em torno de caronas em carros de luxo, com pagamento no cartão de crédito.
Seus fundadores entenderam o potencial do aplicativo já no MVP, expandiu para outras cidades e introduziu o UberX, que conecta qualquer passageiro a qualquer motorista que esteja atrás de uma renda extra.
Esta adição ao sistema revolucionou o mercado de transportes. A Uber funciona com a mesma premissa do seu MVP, mas de forma mais sofisticada e com outras funcionalidades.
Snapchat
O aplicativo tem o foco de enviar imagens com prazo de validade (24 horas). Após o teste, os donos perceberam o sucesso do MVP e seguiram com o projeto — somente após a validação do produto, e seu lançamento inicial como MVP, que eles começaram a buscar novas funcionalidades.
Os usuários mais antigos do Snapchat, por sinal, puderam acompanhar uma parte desta evolução do aplicativo e o decorrer do seu desempenho.
Spotify
O Spotify nasceu com uma missão: construir o melhor serviço de streaming de música. Para seu MVP, concentrou-se no recurso mais importante: como disponibilizar as músicas.
O Spotify desenvolveu um aplicativo de desktop e executou um beta fechado para testar o mercado. Enquanto o MVP e o modelo freemium provavam ser exatamente o que as pessoas queriam, a equipe do Spotify gastou tempo contratando ainda mais artistas, desenvolvendo simultaneamente seu aplicativo e experiência do usuário.
Quais são as vantagens de fazer um MVP?
Evitar perda de tempo e de dinheiro: essa é a ideia central do Produto Mínimo Viável.
De repente o empreendedor tem um insight “fenomenal”, que ele considera diferente de tudo que existe no mercado, um “sucesso garantido”.
Na cabeça do dono, pode até ser. Mas será que o mercado vai comprar a ideia?
Fala-se muito no crescimento meteórico de algumas startups, de como empreendedores, com uma simples ideia, largaram o emprego para faturar milhões.
Mas há pouco ou nenhum destaque para os casos de fracasso.
Para cada ideia bem-sucedida, várias outras foram descartadas por não atenderem a contento à necessidade do mercado.
Empresas que atuam na fronteira da inovação inevitavelmente terão de lidar com as tentativas e erros até acertarem o alvo.
Mas o MVP, como vimos, não se aplica apenas aos casos de inovações revolucionárias.
Empresas de segmentos tradicionais também podem se valer do conceito para aperfeiçoar seus produtos e serviços e oferecer uma experiência diferenciada a seu cliente.
A seguir, confira as principais vantagens de se fazer um MVP:
Reduz Os Riscos De Mercado
Os riscos de mercado são aqueles relacionados a fatores externos à organização, como mudanças políticas, crises econômico-financeiras, câmbio, dentre outras.
Em determinadas circunstâncias, as chances de alguns produtos decolarem são menores ou maiores em razão dos riscos de mercado.
Em atividades consolidadas, é mais fácil para o gestor saber se determinado produto tem chances de sucesso ou não.
Alguns setores andam em ciclos razoavelmente bem definidos e o comportamento passado ajuda a entender a situação do presente e a estimar o que vem pela frente.
Quando falamos de produtos ou serviços inéditos, essa leitura fica mais difícil.
Diante disso, o MVP ajuda a minimizar os riscos de mercado ao conseguir testar a ideia antes de efetivamente fazer grandes investimentos.
Promove Aproximação Com Os Clientes
Muitas pessoas confundem aproximação de clientes com fidelização de clientes, mas os conceitos não são os mesmos.
O cliente fiel nem cogita o concorrente quando precisa dos produtos e serviços oferecidos por sua empresa.
Ele já conhece as soluções que você oferece e, devido ao bom histórico de relacionamento, prefere fazer negócios com a sua empresa.
Ter uma base de clientes fidelizados é o desejo de toda organização. Afinal, é muito mais fácil e rentável vender para o mesmo cliente do que conquistar novos.
A aproximação de clientes pode ser entendida como um mecanismo de fidelização de clientes.
Há diferentes estratégias para isso, principalmente balizadas no marketing de relacionamento, que têm como propósito criar no público uma identificação com a marca.
Partindo do princípio de que o MVP tem como foco a experiência do cliente, se ela for positiva, também há boas possibilidades de o consumidor criar um vínculo com a empresa.
Diminui Os Custos De Implementação
O processo tradicional de desenvolvimento de novos produtos e serviços geralmente é composto por várias etapas.
O ciclo envolve pesquisa, testes internos para avaliar elementos técnicos, teste com um grupo específico, produção de determinada quantidade para testes comerciais, dentre outros.
É um processo moroso e caro, que obedece a uma série de regras e procedimentos.
Se o produto não emplacar, muito dinheiro e tempo acabam desperdiçados.
O objetivo do MVP é pular várias das etapas do processo tradicional de desenvolvimento e testar logo a ideia com o menor investimento possível.
Assim, se os clientes gostarem, ótimo. O projeto é levado adiante e segue o desenvolvimento da versão final.
Caso os feedbacks indiquem o contrário, o prejuízo com o produto mínimo viável foi pequeno.
Identifica Erros
Por mais criterioso que seja o desenvolvedor, todo projeto pode conter erros nas primeiras versões.
O segredo é identificar a falha e solucionar com eficiência e dentro do menor tempo possível.
A fase de testes de um MVP também tem como propósito verificar erros e corrigi-los antes de partir para a próxima fase: a elaboração efetiva do produto.
A identificação de erros faz parte do processo de aprendizagem, execução, aferição e ajustes do MVP.
Com a colaboração do próprio cliente, o empreendedor consegue ganho de eficiência na criação das melhores experiências para o usuário.
Ajuda Na Validação De Hipóteses
Imagine se Zuckerberg e sua equipe de jovens desenvolvedores não tivessem testado o Facemash, lançando-o no mercado logo de cara.
Não é difícil concluir que a ideia seria um fracasso e o Facebook, tal como o conhecemos, jamais existiria.
Antes do seu lançamento, foram testadas as hipóteses de produto que poderiam atender aos interesses do público.
Em um primeiro momento, esses testes parecem não apontar para uma solução, contudo, eles têm grande valor.
Isso porque, embora não revelem o produto ideal, servem para descartar as hipóteses sem chances de sucesso.
Por si só, esse já é um aprendizado valioso, uma vez que aproxima os desenvolvedores da solução ideal.
Isso, claro, desde que continuem testando, coletando feedbacks e avaliando os produtos até que eles se encaixem nas preferências do público-alvo.
Aumenta As Chances De Sucesso
Como vimos, todo lançamento no mercado precisa antecipar riscos. Afinal, é mais fácil saber o que dá errado do que encontrar o produto que atenda às expectativas das pessoas.
Reduzir as chances de fracasso é, portanto, um caminho para aumentar as possibilidades de êxito.
Essa é a proposta básica do MVP: ser um precursor de um serviço ou produto, de maneira que se saiba antes do seu lançamento o que pode vir a ser um sucesso.
Em vez de ter um alto risco de aceitação diante de um produto pronto, você vai poder testar a solução em um tempo menor e sem grandes custos, e desta forma, não entrar para a lista de empresas que gastaram além da conta para lançar produtos que naufragaram.
Com o MVP, o produto chega muito mais rápido ao mercado e o público é conquistado aos poucos, com a vantagem de acertar em cheio quais os desejos do consumidor.
Portanto, é certo e evidente que o MVP traz vantagens, no desenvolvimento desse novo negócio ou produto final, com maior taxa de sucesso. Entre em contato e vamos conversar sobre o MVP da sua ideia.