Em meio a uma crescente crise ambiental, diversidade e inclusão de pessoas, ética e transparência na gestão, o conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance) vem ganhando destaque nos mais diversos pontos.
Na quarta-feira, 26, a edição do Lyncas Talks com o tema “ESG: de ponta a ponta na estratégia” foi transmitido ao vivo pelo LinkedIn e YouTube. O bate-papo, mediado por Cleyton Hort, CEO e Cofundador da Lyncas, contou com a participação de Thais Stella, Assessora de Sustentabilidade no Sicredi Parque das Araucárias e Fernanda Giovannetti, Junior Buyer na OneSubsea.
“No final do dia, estamos sempre considerando um contexto em que a estratégia direciona os objetivos que você, como empresa e ser social, deseja atingir. É importante focar na geração de impacto, não apenas nos resultados. Caso contrário, não integrar esses elementos pode acabar prejudicando a credibilidade da iniciativa”, explica Cleyton Hort, CEO da Lyncas.
Neste artigo você vai ver:
Compreendendo o ESG
Para aqueles que ainda não estão familiarizados, a sigla ESG é dividida em três pilares. O primeiro, Ambiental, refere-se ao impacto da empresa no meio ambiente, como os indicadores de consumo de energia, gestão de resíduos e práticas de sustentabilidade.
O pilar Social abrange a relação da empresa com colaboradores, fornecedores e a comunidade. Medir a satisfação dos funcionários e promover a diversidade e inclusão são exemplos de como pode ser avaliado.
Já na Governança, trata-se da estrutura interna da empresa, incluindo a transparência em operações e a conformidade com normas.
Com a discussão sobre ESG e sua aplicação, e de acordo com a pesquisa da Grant Thornton Brasil, 50% das empresas já integram ações relacionadas à cadeia de valor. Surge, então, a primeira pergunta do evento: como avaliar se esses projetos realmente impactam os resultados do negócio?
Thais enfatiza que não é possível avaliar sem possuir métricas claras. Isso envolve a coleta de dados e a análise para entender o retorno sobre investimento (ROI) dessas práticas. “O acompanhamento contínuo e a manutenção de um ciclo de melhoria garante que as iniciativas não sejam apenas ações pontuais, mas parte de uma estratégia abrangente e sustentável”, afirma.
Fernanda destaca a importância do alinhamento entre a estratégia empresarial e as metas ESG. Muitas empresas enfrentam dificuldades nessa área, especialmente quando as metas não estão conectadas ao planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo.
Uma das opções se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que fornecem uma estrutura para que as empresas definam suas metas. Por exemplo, se você deseja focar em equidade de gênero, pode usá-lo para guiar suas iniciativas e medir seu progresso.
Por onde é possível começar?
Os principais motivadores para 78% das empresas são os compromissos ambientais e sociais, enquanto 77% querem melhorar a imagem corporativa, segundo a pesquisa “Panorama ESG 2024”, da Amcham Brasil.
Fernanda compartilhou sua experiência com empresas que estavam iniciando a agenda ESG, delineando oito passos para sua implementação. “A estratégia ESG deve ser parte do modelo de negócios, garantindo alinhamento entre práticas sustentáveis e objetivos empresariais para assegurar credibilidade e impacto positivo”, conta.
O primeiro passo consiste em avaliar o estado atual para identificar lacunas e oportunidades de melhoria. Em seguida, devem definir objetivos claros usando o método SMART (Específico, Mensurável, Alcançável, Realista e Oportuno).
A coleta de dados e métricas é essencial, selecionando indicadores mensuráveis e estabelecendo sistemas para coleta regular. Eles precisam estar integrados na governança da empresa, nomeando os responsáveis e envolvendo o conselho.
A implementação das estratégias deve ser acompanhada por um engajamento dos funcionários e partes interessadas, promovendo uma cultura sustentável. Por último, as empresas devem divulgar seus progressos por meio de relatórios de sustentabilidade, diferenciando entre resultados de ações e impactos reais.
Obstáculos na implementação do ESG
Uma das principais dificuldades na agenda ESG é definir a prioridade. As empresas se veem diante de múltiplas ações a serem tomadas e, ao tentarem realizar tudo, acabam não entregando resultados significativos.
“As empresas precisam identificar quais áreas priorizar, considerando suas especificidades. O segmento de tecnologia não terá as mesmas prioridades do setor agropecuário. A partir dos ODS, as empresas devem avaliar onde podem contribuir mais efetivamente”, explica Thais.
Ainda existe uma resistência a mudanças, tanto por parte da alta liderança quanto dos colaboradores em geral. Nesses casos, trabalhar a cultura organizacional ajuda no alinhamento de todos em prol dos mesmos objetivos.
O evento disponibilizou um White Paper com insights estratégicos sobre os pilares do ESG e práticas de sustentabilidade empresarial, que foram amplamente discutidos por especialistas.
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