Por trás dos códigos, no Dia do Programador, estão pessoas que transformam números em soluções e desafios em inovações
Quando somos crianças, temos muitas ideias sobre o que queremos ser quando crescer. Observamos as profissões e pensamos “eu quero ser médico(a) para ajudar na saúde das pessoas”, ou “eu quero ser professor(a) porque gosto de ensinar os outros” ou até mesmo “eu quero ser astronauta para chegar à lua”. Nossos sonhos são repletos de uma imaginação sem limites, moldada pela curiosidade de que o mundo é cheio de possibilidades.
À medida que crescemos, nossos interesses podem mudar, mas o desejo de fazer a diferença continua vivo. Em um mundo cada vez mais interconectado, surge uma profissão que mesmo sem perceber, seja na hora de assistirmos nossa série favorita, escutar músicas ou até mesmo comprar on-line, está presente em nosso cotidiano: a programação. Para aqueles que se tornam programadores, a ideia de escrever códigos e desenvolver softwares pode impactar a vida de muitas pessoas.
Paloma Wanderwegen, 26, passou por uma mudança significativa e compartilhou detalhes sobre a sua experiência. Formada em licenciatura e bacharelado em Educação Física, com duas pós-graduações na área, iniciou sua transição de carreira em 2022. “Eu conheci a programação através do meu namorado, que faz engenharia. Ele me apresentou a esse mundo”, explica.
Porém, a mudança não aconteceu tão facilmente. “Vindo de uma área mais voltada para as ciências humanas para algo tão técnico quanto a programação foi realmente desafiador,” esclarece. Destaca que os cursos de qualificação profissional foram importantes para decidir se essa nova carreira era realmente o que queria.
Atualmente, está cursando a graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e atua como desenvolvedora software na Lyncas há 10 meses, trabalhando com JavaScript, Vue.js e C#. Ela conta que uma das suas experiências marcantes na empresa foi uma reunião de feedback com a liderança que a ajudou a evoluir e se desenvolver em sua carreira.
Para Paloma, o Dia do Programador é uma celebração especial. “Eu comemoro mais o Dia do Programador do que o Dia do Profissional de Educação Física. É como um renascimento para mim. A programação me trouxe um novo começo”, relata.
Sobre o impacto da programação em sua vida e ao redor dela, Paloma afirma que “ a importância de um código bem estruturado e padronizado faz muita diferença, não no presente, mas sim no futuro, quando der erro. Como na padronização de um projeto”.
Ela deixa o conselho para quem está considerando mudar de carreira: “Não tenha medo de tentar. A estagnação pode ser mais prejudicial do que o medo de começar algo novo. É parte do processo de crescimento”, finaliza.
O que é o Dia do Programador?
O Dia do Programador é uma data comemorativa dedicada aos profissionais da programação e desenvolvimento de software. Em muitos países, essa data é celebrada em 13 de setembro, ou 12 de setembro em anos bissextos, para refletir a natureza do número 256, que é um número significativo no mundo da programação.
O número 256 é importante porque é a quantidade de valores que podem ser representados com um byte (ou 8 bits) na informática, e também é um número que aparece frequentemente em contextos de programação e computação.
Este dia é uma oportunidade para reconhecer a criatividade, a dedicação e a habilidade dos programadores. Esses profissionais são responsáveis por criar e manter os softwares e sistemas que utilizamos todos os dias, desde aplicativos móveis e sites até sistemas complexos que gerenciam grandes volumes de dados e controlam infraestruturas críticas.
Os códigos podem ultrapassar o fuso horário e navegarem em diversos países, como é o caso da Telmi Adame, 31, que mora em Lisboa, Portugal e é desenvolvedora front-end há quase três anos na Lyncas. “Trabalho de casa há muitos anos e a flexibilidade permite ajustar meu horário. Isso me ajuda a equilibrar o trabalho e a vida pessoal, mesmo morando em outro país”, ressalta.
Formada em arquitetura e urbanismo, iniciou a transição de carreira em 2021 para se tornar desenvolvedora de software. Suas principais habilidades estão entre: HTML, CSS, JavaScript e Vue JS.
Ela conta que trabalhava e estudava arquitetura e sempre teve interesse em tecnologia, mas não sabia exatamente em qual área atuar. Foi quando trabalhou em uma empresa com diversas áreas de conhecimento que se identificou com o desenvolvimento de software.
Telmi expõe o processo de sua migração para a área de tecnologia, mencionando, que estudou por alguns meses sozinha para ver se realmente gostava e, felizmente, acabou gostando mais do que imaginava. Também realizou mentoria com uma desenvolvedora sênior, que a ajudou como porta de entrada na Lyncas.
A desenvolvedora também fala sobre o Dia do Programador em si, destacando a importância do evento para refletir sobre a profissão. “É um dia que nos faz lembrar a história dos programadores e programadoras. Ajuda a divulgar marcos históricos e o aumento da presença feminina, importantes para inspirar e motivar novas gerações a se aventurar nos números”, diz Telmi.
O primeiro passo é tentar se re(programar)
Os programadores são os arquitetos invisíveis da era digital. Eles criam as ferramentas que usamos diariamente, solucionam problemas complexos, melhoram a eficiência dos processos e ajudam a inovar em áreas que nem imaginávamos serem possíveis.
Fabio Stein, 30, que recentemente assumiu a coordenação do time de estagiários na Lyncas e está concluindo um MBA em Gestão de Pessoas, compartilhou experiências e perspectivas sobre a sua carreira na programação e recente transição para um novo cargo.
Formado em Sistemas de Informação e com formação técnica em Redes de Computadores, Stein começou sua carreira no setor de infraestrutura antes de se interessar por desenvolvimento de software. “Entrei na área de infraestrutura, mas, ao surgir a oportunidade de participar de um treinamento para desenvolvedores em minha empresa anterior, decidi me lançar nesse novo caminho. Foi aí que tudo começou a se alinhar para a programação”, explica.
Ao refletir sobre o impacto de sua profissão, Fábio falou sobre a satisfação de ver seus trabalhos em ação. “Recentemente, ao ver o símbolo de um cliente no momento do meu dia, percebi que o que fiz pode estar integrado com sistemas que têm impacto real. Isso é muito gratificante. Internamente, também é recompensador acompanhar a evolução dos membros do time e trabalhar para tornar o ambiente o melhor possível”, complementa.
Para aqueles que estão começando na programação, Fábio diz para não tentar pular as etapas e que “é essencial entender bem os conceitos básicos antes de se aprofundar em tópicos mais complexos. A base sólida faz toda a diferença no aprendizado e no desenvolvimento profissional.”
Através das histórias dos profissionais, vemos como a programação é uma jornada transformadora, oferecendo novos começos e oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Paloma, com sua transição de carreira da Educação Física para a programação, ilustra a coragem necessária para abraçar uma nova profissão. Telmi, por sua vez, destaca como o interesse pela tecnologia pode levar a uma mudança de carreira bem-sucedida e desenvolvimento na área. Já Fábio, com sua trajetória do setor de infraestrutura para a coordenação de estagiários, evidencia a satisfação que vem ao perceber o impacto real de seu trabalho e a importância de construir uma base sólida de conhecimento.
O Dia do Programador nos convida a refletir sobre o papel desses profissionais na nossa vida cotidiana e a celebrar suas conquistas e contribuições.